A Sony divulgou em seu Relatório Corporativo de 2025 um dado que marca uma virada histórica na indústria dos games: apenas 3% da receita da divisão PlayStation no último ano fiscal veio da venda de jogos em mídia física. Essa revelação reforça a consolidação do modelo digital como principal motor financeiro da marca e levanta questões sobre o futuro dos discos e caixas nas prateleiras.
A queda da mídia física: números que falam por si
- A receita total da divisão PlayStation foi de aproximadamente US$ 31,5 bilhões, dos quais apenas US$ 945 milhões vieram de jogos físicos.
- Em contraste, os conteúdos digitais e complementares (DLCs, microtransações, add-ons) representaram 29% da receita, enquanto os jogos digitais responderam por 20%.
- O hardware (consoles e acessórios) contribuiu com 24%, e os serviços de rede e assinaturas, como PS Plus, com 14%.
Por que os 3% não contam toda a história
Apesar da baixa participação na receita, os jogos físicos ainda representam cerca de 24% das unidades vendidas, o que equivale a 73 milhões de cópias no último ano. Isso se deve à forma como a Sony contabiliza os dados:
- Jogos digitais têm sua receita bruta registrada integralmente.
- Jogos físicos de terceiros são contabilizados apenas pelos royalties recebidos.
- Jogos físicos da própria Sony entram com receita total.
Essa metodologia distorce a percepção da relevância das mídias físicas, que ainda têm presença significativa em volume, mas não em valor contábil.
Tendência irreversível: o digital domina
A queda na receita de jogos físicos é parte de uma tendência que se intensificou após o lançamento do PlayStation 5:
Ano Fiscal | Participação da mídia física na receita |
---|---|
2020 | 6% |
2021 | 5% |
2024 | 4% |
2025 | 3% |
Além disso, 80% dos jogos vendidos no primeiro trimestre de 2025 foram digitais, evidenciando a preferência dos consumidores pelo formato online.
Impactos no hardware e no futuro do PlayStation
A mudança de comportamento do consumidor já influencia decisões estratégicas da Sony:
- O PlayStation 5 Digital Edition é o modelo mais vendido globalmente.
- Rumores indicam que o PlayStation 6 manterá essa abordagem, com leitor de disco opcional vendido separadamente.
- A Microsoft e a Nintendo também seguem caminhos semelhantes, com redução de lançamentos físicos e adoção de formatos híbridos ou totalmente digitais.
O que isso significa para os jogadores e colecionadores
Embora o digital ofereça conveniência, atualizações rápidas e menor custo de produção, muitos jogadores ainda valorizam a mídia física por motivos como:
- Colecionismo e valor sentimental.
- Revenda e troca de jogos.
- Preservação de conteúdo em longo prazo.
No entanto, com a queda na produção e no suporte a discos, o acesso a versões físicas pode se tornar cada vez mais limitado e caro.
A revelação de que apenas 3% da receita do PlayStation vem de jogos físicos não é apenas um dado contábil — é um reflexo da transformação profunda na forma como consumimos entretenimento digital. A Sony, assim como outras gigantes da indústria, está ajustando sua estratégia para atender a um público cada vez mais conectado, que prioriza praticidade e acesso instantâneo. Para os fãs da mídia física, o momento é de adaptação — ou resistência.
The % breakdown can be slightly misleading here, even if the overall picture is generally accurate.
For example, physical at 3% is because Sony only recognizes full revenue from first party games, while it recognizes a lower royalty value from third party games.
This is… https://t.co/z550hRtVRj
— Daniel Ahmad (@ZhugeEX) September 15, 2025
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